terça-feira, 20 de outubro de 2009

Campanha defende uso consciente do cartão de crédito












Campanha defende uso consciente do cartão de crédito

Desde que foram acusadas de suposto abuso de poder econômico e obtenção de lucros injustificados, em abril passado, as empresas que controlam o mercado de cartões de crédito no Brasil optaram pela discrição, submergindo no front da opinião pública. O setor agora reage. A Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) dá hoje início a uma campanha publicitária para enaltecer as vantagens do uso de cartões de crédito e para orientar os consumidores a controlar seus gastos.
O plano de mídia inclui jornais, revistas, rádio e internet. Em programas de TV, a campanha será feita inteiramente por meio de merchandising.
Outro objetivo da iniciativa é esclarecer dúvidas e dissipar críticas feitas por lojistas. "A campanha não tem relação com as críticas que temos recebido", disse à Folha PauloCaffareli, presidente da ABECS. "É apenas coincidência".

Bola de neve

Segundo Caffareli, a ABECS identificou, em uma pesquisa realizadas pelo Datafolha no final do ano passado, que o consumidor muitas vezes tem receio de utilizar o cartão por achar que não terá controle sobre seus gastos. E que, apesar de ser prático, o cartão pode gerar o efeito "bola-de-neve".
A ABECS acredita ainda que poderá esclarecer por que, nas transações com cartão de crédito no Brasil, o prazo entre a data da compra e a data do crédito ao estabelecimento é de trinta dias, enquanto no exterior é de apenas dois dias. "O lojista recebe em 30 dias porque, no Brasil, o usuário do cartão tem 30 dias sem juros para pagar o cartão", diz ele. Em uma peça publicitária a que a Folha teve acesso, explica-se como uma personagem chamada Paula, esteticista, usa seu cartão de crédito para controlar os gastos. "[Paula] Soma os comprovantes para não extrapolar nas compras e sempre paga o valor total da fatura para não arcar com os juros."
Em abril, estudo divulgado pelo governo concluiu que o mercado brasileiro de cartões é extremamente concentrado, impede a entrada de novos participantes e, por isso, precisa passar por profunda reformulação para repassar ganhos de escala e beneficiar a economia como um todo.

Autor(es): MARCIO AITH - Folha de São Paulo

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