quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Presos por fraudar administradoras de cartão de crédito


Sete presos acusados de fraudar administradoras de cartão de crédito

Policiais da 1ª DP (Praça Mauá-RJ) realizaram nesta terça-feira a operação "Prenda-me se for capaz", com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada em aplicar golpes em administradoras de cartões de crédito. Foram cumpridos sete — dos dez — mandados de prisão temporária por cinco dias, expedidos pela Justiça. A polícia suspeita que o bando agia há dois anos, e teria causado um prejuízo de R$ 300 mil por mês às administradoras. Entre os presos, há um funcionário de banco, um presidiário e um ex-carteiro. Todos foram indiciados pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha. Se condenados, podem pegar até 8 anos de prisão.
Wellingtom Francisco Pereira dos Santos, de 23 anos, é apontado pela polícia como o chefe da quadrilha. Preso desde 2008 por estelionato, ele controlava as ações do bando de dentro da cadeia por celular. O crime foi comprovado através de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça. Com informações repassadas pelos comparsas, ele se passava por cliente das administradoras de cartão de crédito e solicitava aumento de limite e envio de cartões adicionais. Funcionário de um banco, Luiz Carlos Gonzales de Oliveira, de 33 anos, levantava os limites de crédito e dados cadastrais das vítimas e repassava as informações a Wellingtom.
O ex-carteiro Marcos Vinícius Gomes da Costa — que está foragido — descobria quando os cartões eram postados e o dia e horário em que seriam entregues. Ele se passava pelo cliente e recebia os cartões nos endereços indicados por Wellingtom às administradoras. Os cartões fraudados eram utilizados para comprar diversas mercadorias, a maioria eletroeletrônicos, que eram revendidas.
Também foram presos Arlete Pereira dos Santos, mãe de Wellingtom, de 54 anos; Priscila Souza, de 24; Lívia Ferreira, de 22; Renata de Oliveira Gaspar, de 23; e Luiz Felipe Monteiro da Silva. Arlete e Renata compravam as mercadorias com os cartões fraudados. Luiz Felipe era o responsável por pesquisar na internet informações pessoais dos titulares dos cartões que seriam fraudados, como filiação, data de nascimento, identidade, endereço.
Lívia, que trabalhava como caixa de uma loja de doces no Centro do Rio, anotava os códigos de segurança dos clientes que pagavam as compras com cartão de crédito.
— Lívia escolhia pessoas que tinham cartões top de linha. Em alguns bancos esses cartões são chamados de Gold, em outros, cinco estrelas. Ela anotava o código de segurança dos cartões e os repassava a Wellingtom, da mesma que os outros comparsas — explicou o delegado José Luiz Duarte, titular da 1ª DP.
Três pessoas que também estão com mandado de prisão não foram localizadas pela polícia: o ex-carteiro Marcos Vinícius, Rosemary Castro de Melo e Aldenize Melo da Silva. Há ainda outras cinco pessoas já identificadas pela polícia, mas que ainda não tiveram as prisões decretadas.
O nome "Prenda-me se for capaz" foi uma "homenagem" ao chefe da quadrilha.
— Encontramos um perfil do Wellingtom na internet em que ele dizia que o seu filme preferido era "Prenda-me se for capaz", que conta a história de um estelionatário que fraudava documentos perfeitamente. Não sei se é porque ele se acha parecido com o Leonardo di Caprio, que é o protagonista do filme, ou porque ele achava que o esquema nunca ia ser descoberto pela polícia — ironizou o delegado.

Por: Marcelo Gomes

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